segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Form.Atado

Mecanismos autom'aticos de minha configura'cao.
Fui programada, alimentei com apego minha padronagem.
E agora, clamo aos C'eus para que um v'irus me contamine;
para que a desconfigura'cao aconte'ca de repente, indolor.
Indolor.
Ser'a que as m'aquinas tamb'em merecem o C'eu?
A mim, o que parece restar, sao conec'coes de pulso e l'agrimas,
fazendo links aleat'orios entre prazeres e desprazeres.
O rein'icio 'e um fantasma, porque continuarei tao mon'otona quanto sempre fui.
Tal lixo, pouco recicl'avel, ofusca minha mem'oria seletiva.
A lembran'ca do vento arrepiando os pelos nao alcan'ca mais meus sistemas tao formatados.
(Barcelona, 15 de agosto de 2011
* de um computador grego desconfigurado para acentua'coes latinas)


Sinto que meu primeiro post em viagem seja de um teor um tanto amargo. Entretanto (seja l'a o que Felicidade queira dizer) sinto-me feliz por saber que o mundo continua sendo chato em qualquer lugar que eu esteja, ou seja, que a chatice que h'a em meu olhar 'e de fato algo que est'a somente dentro de mim. A interpreta'cao 'e responsabilidade minha, e arco com suas ressonancia querendo ou nao.

Quando ouvia dizer que numa viagem como essa, o "pescador de si" sempre chega a conclusao de que nao adianta rodar o mundo a procura de si  porque a Felicidade est'a dentro, nao fora. Achava lindo, poetico, sublime.
Bom, esse aprendizado est'a chegando aos poucos, mas felizmente/infelizmente, com um tonzinho cinza.

"Eu pensei correr de mim, mas aonde eu ia eu tava. Quanto mais eu corria, mais pra perto eu chegava.
S'o sei que quando penso que sei, j'a nao sei quem sou. J'a enjoei de viajar. No lugar pra onde eu vou eu estou" (Juraildes da Cruz)

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